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“Beleza gráfica e ironias sobre a Cidade
Eis um livro insólito, lindo e desabusado, esse Iconografia Paulistana, de Gustavo Piqueira, apresentado como o designer gráfico mais premiado do País e como um dos raros que é competitivo em todas as áreas de sua profissão, como a criação de marcas, elaboração de textos, ilustrações, tipografias e embalagens, obra publicada pela WMF Martins Fontes. Trata-se de uma sucessão de imagens belíssimas, de fotografias a ilustrações, tendo como tema geral o que poderíamos chamar de “personalidade” da cidade de São Paulo, com toda a sua diversidade cultural, mais algumas ilustrações abstratas, puras estesias sem referenciais diretas. Essa sucessão de imagens é entremeada por textos irônicos de especialistas fictícios, textos que encarnam ao mesmo tempo uma aspiração ao sublime e um afundamento na cafonice, tal como Piqueira postula que acontece com a Cidade.
Mais do que isso não se pode dizer sobre o livro, o que cabe é fruir as imagens, a começar do espelho verdadeiro embutido na capa, destinada a mostrar um dos ícones da Cidade, ou seja, o próprio leitor ou leitora. De resto, valem as citações. A introdução, do próprio Piqueira, diz que “a Cidade parece ter, enfim, enterrado os complexos que a afligiam desde que o dinheiro do café transformou a tímida vila provinciana em histérica metrópole”.
E insiste: “São Paulo tinha grana, e só. Não passava de um industrial novo rico, meio jeca e grosseirão. Hoje, cento e cinquenta anos depois, soam as buzinas. O velho finalmente está morto e a vocação cosmopolita de São Paulo irrompe livre, incontrolável. Temos nãoseiquantosmil restaurantes, não sei quantasmil exposições, nãoseiquantosmil shows, não seiquantasmil grifes internacionais, nãoseiquantasmilqualqueroutracoisa. Somos a capital da gastronomia. A capital da cultura. A capital da vida noturna. A capital da economia criativa. A capital”.
O “arquiteto e urbanista” Flavio Gagliardi Neto discorre sobre as moradias da Cidade: “A seleção das edificações baseou-se nos seguintes parâmetros objetivos: habitações de tipologia vertical e multifamiliar localizadas no município de São Paulo, com renda familiar mensal acima de R$ 3.632,70 por domicílio. Fato que, analisado isoladamente como recorte, poderia levar a questionamentos, bem como à conclusão precipitada de que a amostra ignorou glebas desfavorecidas da malha urbana, atitude irresponsável em vista da real constituição multiforme da Cidade. Deve-se, portanto, esclarecer que se trata apenas de um excerto do todo de minha pesquisa, o já mencionado capítulo dezenove. Pois, enquanto o capítulo dezoito aborda a habitação informal, o dezessete lança um olhar sobre os párias que se deslocam sob ‘não casas’ (CAPILL, 1983). Logo, a soma dos três projetará uma completa e não excludente ‘experiência visual panorâmica’ (MILSS, 1971) da Cidade”.
Já a “antropóloga” Joana Bosgouet busca “onde encontrar, em São Paulo, o animal símbolo de São Paulo”, ou seja, a suçuarana, ou onça-parda, e para isso desenvolve um divertido ensaio sobre a “biodiversidade” da metrópole.
O livro de Piqueira assim se resume: é um requinte.”
publicado no Diario do Comércio em 05.03.13
Desta vez para a BandNews
Flavio Gagliardi Neto é um arquiteto e urbanista que estuda os absurdos dos nomes de edifícios paulistanos. Joana Bosgouet é uma antropóloga imbuída da nobre missão de encontrar a onça-parda – animal símbolo de São Paulo – pela cidade. Avant Brand trabalha com publicidade e vê na arte de rua uma oportunidade.
Esses são alguns dos tipos fictícios, mas muito verossímeis, criados – e encarnados – pelo escritor e designer Gustavo Piqueira. Estão no engraçado livro Iconografia Paulistana (WMF Martins Fontes, 320 pág., R$ 49), recém-lançado.Apesar do pomposo título, Iconografia Paulistana mistura imagens reais – o autor coletou mais de 5 mil pelas ruas de São Paulo – a textos fictícios e bem-humorados, mostrando situações do dia a dia paulistano que beiram o nonsense. “A seleção das imagens foi um processo exaustivo”, comenta Gustavo.Há arte urbana de conteúdo duvidoso, ridículos nomes de edifícios, estranhos restaurantes japoneses, um inusitado lado da Avenida Paulista… “A ideia do livro surgiu um pouco por eu achar que existem coisas em São Paulo que são a cara da cidade, mas não se enquadram nas caras mais oficiais”, diz ele. “Os absurdos são tão absurdos que nem parecem reais. Mas isso porque estão agrupados. No livro, causam espanto.”O capítulo dos nomes dos prédios, por exemplo, é bastante emblemático na obra. Há variações florentinas: Firenze, Florenza e Florence; homenagens monarquistas: King Arthur, Príncipe de Navarra e Marquês de Valença; e até o Edifício Arrastão. A arte urbana – no contexto em que a cidade procura afirmar-se como capital do grafite – também revela facetas cômicas, como a pichação que diz “A cerveja está te vendo”.Na introdução de sua Iconografia, Piqueira defende que a metrópole vive hoje um momento especial. “Aquele em que a cidade parece ter, enfim, enterrado os complexos que a afligiam desde que o dinheiro do café transformou a tímida vila provinciana em histérica metrópole (…) O velho finalmente está morto e a vocação cosmopolita de São Paulo irrompe livre, incontrolável.”Autor. Aos 40 anos, o paulistano Gustavo Piqueira é dono da Casa Rex e acumula mais de 150 prêmios internacionais de design. Como autor, já publicou 12 livros, entre eles o irônico Manual do Paulistano Moderno e Descolado e o quase documental São Paulo, Cidade Limpa, em que criou enredos de ficção para mostrar as mudanças da cidade após a lei que proibiu outdoors e limitou os letreiros das fachadas.
ARTE • GASTRONOMIA • ESPAÇO URBANO • INFÂNCIA • AVENIDA PAULISTA • BIODIVERSIDADE • CULTURA UNDERGROUND
Após coletar quase 5.000 imagens da São Paulo contemporânea, Gustavo Piqueira lança sua Iconografia Paulistana. Ao contrário do que sugere o pomposo título, o livro mistura imagens reais a textos fictícios para desenhar, com humor corrosivo, um divertido retrato da métropole que se gaba de seu cosmpolitismo mas é povoada por horrorosos buffets infantis, arte urbana de conteúdo duvidoso, edifícios com nomes ridículos, restaurantes japoneses mequetrefes e uma avenida Paulista nada charmosa ou imponente.
A coleção de imagens, dividida nos sete tópicos acima, vem acompanhada por absurdos ensaios, escritos por fictícios “especialistas” em cada área formando um irônico, ainda que fiel, painel da São Paulo de hoje.
O enorme espelho colado à capa já dá a dica de que não se trata de um livro muito usual. De fato, o projeto gráfico aproxima a obra de um livro objeto, ainda que produzido em larga escala — tiragem única de 1.000 exemplares numerados um a um.
Editora WMF Martins Fontes.
320 páginas, 15x20cm, capa dura.
Publicado em 2012.
Leia a introdução + o primeiro “ensaio” sobre prédios residenciais:IP 24Nov12.pdf
Leia o “ensaio” sobre a avenida Paulista: IP 04Ago12paulista
Para comprar o livro:
Casas Bahia (juro!)
Leia aqui a introdução e o primeiro dos sete “ensaios” de Iconografia Paulistana:IP 24Nov12.pdf